| Inquietação
 José Mário Branco
 
 
 
 A contas com o bem que tu me fazes
 A contas com o mal por que passei
 Com tantas guerras que travei
 Já não sei fazer as pazes
 
 São flores aos milhões entre ruínas
 Meu peito feito campo de batalha
 Cada alvorada que me ensinas
 Oiro em pó que o vento espalha
 
 Cá dentro inquietação, inquietação
 É só inquietação, inquietação
 Porquê, não sei
 Porquê, não sei
 Porquê, não sei ainda
 
 Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
 Qualquer coisa que eu devia perceber
 Porquê, não sei
 Porquê, não sei
 Porquê, não sei ainda
 
 Ensinas-me fazer tantas perguntas
 Na volta das respostas que eu trazia
 Quantas promessas eu faria
 Se as cumprisse todas juntas
 
 Não largues esta mão no torvelinho
 Pois falta sempre pouco para chegar
 Eu não meti o barco ao mar
 Pra ficar pelo caminho
 
 Cá dentro inqueitação, inquietação
 É só inquietação, inquietação
 Porquê, não sei
 Porquê, não sei
 Porquê, não sei ainda
 
 Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
 Qualquer coisa que eu devia perceber
 Porquê, não sei
 Porquê, não sei
 Porquê, não sei ainda
 
 Cá dentro inqueitação, inquietação
 É só inquietação, inquietação
 Porquê, não sei
 Mas sei
 É que não sei ainda
 
 Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
 Qualquer coisa que eu devia resolver
 Porquê, não sei
 Mas sei
 Que essa coisa é que é linda.
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Letra e música de José Mário Branco. Versão (excelente!) de JP Simões.